OURO  

Posted by ♞ Davi Arteac ♞

Sim, era um apaixonado pela competição... O corpo é tomado por um leve tremor só de pensar em uma disputa individual, a tensão, a explosão de adrenalina, o público, a concentração... mente focada em um único ponto. Ouve a voz pela caixa de som anunciar seu nome, sobe os dois degraus do bloco, respira fundo, dar a última olhada para os lados, nos próximos segundos todos estariam brigando pelo mesmo objeto, o pequeno e cobiçado ouro. Posiciona os óculos, nada podia dar errado, nenhum movimento. Ouvir o primeiro comando, toma seu lugar, se posiciona, encara de cima do bloco aquele espelho d’água, o segundo comando vem em forma de apito. Não há tempo para fisgadas no estômago, os músculos se contraem no mais forte impulso que consegue dar, aquela seria a última vez que os pés pisariam no solo antes de chegar ao outro lado. O salto... o vôo... dura muito mais que dois segundos, os gritos, agora distantes, iam sumindo em seus ouvidos. Vê a massa de água se aproximar, ameaçadora... convidativa... Baque surdo! Bolhas em seu rosto, o choque térmico, estava gelada, mas não havia tempo para isso, já não ouve mais nada. Não podia afundar muito, contrai e relaxa, contrai novamente e ergue o braço direito, corta a água, e repete esse movimento em sincronia com as pernas e em assimetria com seu lado esquerdo. Ouvia o esforço de seus adversários, pelo reflexo dos óculos enxerga ousadas pontas de dedos a tentar uma ultrapassagem. Sabia que mais alguns metros e seu corpo pediria mais oxigênio... pedido negado; tinha que levar sua máquina ao máximo desempenho. Concentra-se, esforça-se, chega ao seu limite e o quebra. Vislumbra no piso a marca que anunciava o fim do trajeto. Mais quatro braçadas... só mais quatro, talvez cinco... Mas nota que ficava lento... oxigênio... pedido atendido, lhe custaria algum tempo, mínimo, mas arriscado. Praticamente agride a borda com um forte tapa, pronto! O cronômetro foi parado. Ergue-se, e com um sorriso a formar-se nos lábios vê que um nadador estava chegando, erguendo a mão, toca na borda, a parede havia sido tocada pela segunda vez. Sim, havia conseguido, ergue o olhar e vê seu tempo. Não havia conseguido seu tempo, mas havia conseguido seu ouro. Não pensava em nada, não havia nada em sua mente, estava vazia, apenas estava vivendo o momento. Em um último esforço os braços o tiram da piscina. Se posiciona, abaixa a cabeça e sente a áspera fita a tocar-lhe o pescoço molhado, erguendo-se sente o metal quente tocar-lhe o peito ofegante, quando uma lembrança lhe vêm à mente... Havia prometido algo, sorri discretamente e pensa “essa foi pra você!”.

SOTORY BOARD DO TRAILER DE UM FILME  

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Eu (Corvo), Frank (Coruja) e Maci (Colibri)  

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Um pequeno tributo a nós: eu e essas duas pessoas que ajudam a quebrar o tédio todas as manhãs. ^^